Com um conta-fios pode ver-se o ponto aberto da cor preto, para formar o cinza na coluna de texto.
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O mesmo texto onde se pode ver a diferença de impressão entre a coluna a cinza e outras a preto.
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O tipo de letra predominante na revista Monocle chama-se Plantin, foi desenhado em 1913 por Frank Hinmam Pierpont e o seu nome é uma homenagem ao impressor francês Cristophe Plantin. Este tipo de letra com serifa foi um dos que influenciou Victor Lardent no desenho da Times Roman em 1932.

Há tempos, reparei que em algumas colunas de texto a revista utiliza um cinzento construído a partir de uma rede simples de preto (a impressão em quadricromia usa redes de cores base - cião, magenta, amarelo e preto - na composição de todas as cores). Assim, sempre que se usa um tom construído apenas por uma percentagem de uma dessas cores base, há uma perda de definição dos contornos da forma. No caso dos caracteres essa perda de definição é mais grave uma vez que dificulta a leitura do texto.

A solução técnica no caso dos cinzentos, passa por utilizar uma rede igual das quatro cores, por exemplo: 25% de cião, 25% de magenta, 25% de amarelo e 25% de preto. Esta composição resulta num cinzento perfeito e sem o efeito esboroado.

Contudo, estou convencido que esta é uma questão de opção do editor e da equipa de arte-final. Tecnicamente, a Monocle é irrepreensível e enriquecedora para quem a lê, por este e outros pormenores.

Monocle magazine and gray usage details in four-color print.