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23:47

The Selby Master's Voice.
Hideto Hirikawa à porta da sua garagem. 
Amplificador a válvulas McIntosh 275.
Sistema de som JBL D44000 Paragon.
A bordo de um MG J2, ao fundo o Porshce 356 e um Mercedes Classe G.
Porsche 356 de competição.
Interior do Porsche 356 de competição.
Pormenor do motor do Porsche 356.

Há muitos anos vi uma entrevista de Batista Bastos em que ele afirmou que não sabia o que era uma pessoa culta per se, mas que sabia que é importante ter determinadas referências.

O blogue The Selby visitou o consultor e empresário japonês Hideto Irikawa na cidade de Kamakura e mostra-nos a sua casa e garagem. A reportagem expõe um conjunto impressionante de objectos domésticos e veículos que este homem tem coleccionado ao longo da vida.

Não sei se Hideto é uma pessoa culta, mas sei que não se pode duvidar das suas referências.

Para ver aqui.

Hideto Irikawa, a man of great taste.
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22:50

A minha pátria é a língua portuguesa - Fernando Pessoa.

A revista Monocle destaca o português e os países de língua portuguesa no seu número de Outubro.  Segundo a revista, é na língua de Camões que alguns dos maiores negócios, influências e políticas de poder vão acontecer.

O português é falado por cerca de 269 milhões de pessoas, 197 milhões são do 5º país mais populoso do mundo, o Brasil. Ocupa também o 5º lugar que na listas das línguas mais faladas, só sendo ultrapassada pelo Mandarim, o Hindi, o Espanhol e o Árabe.

Devido à sua circulação limitada, a maioria dos Portugueses não vai saber que tem este motivo de orgulho tão necessário nestes tempos conturbados do nosso país.

Why portuguese is the new language of power and trade: Monocle, issue 57.
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22:54

Uma maçã demasiado madura.
Foi apresentado o iPhone 5 com a pompa e circunstância do costume e, desta vez, até houve um concerto dos Foo Fighters para sublinhar o posicionamento hipster da marca. Este foi quanto a mim o ponto mais alto do acontecimento uma vez que o novo equipamento é muito semelhante ao anterior.

Esta política comercial nonsense é relevante e tem sido a galinha dos ovos de ouro dos accionistas da Apple.

Existe um fenómeno nas empresas e nas marcas que se chama morrer de sucesso. É recorrente e consiste na queda incontrolável do topo, (veja-se a Nokia, para referir um concorrente directo). Acontece por várias razões imponderáveis mas, acima de tudo porque as estruturas ficam embriagadas com o seu êxito.

Apresentar um novo equipamento em intervalos de 6 meses e vendê-lo como o state of the art da altura vai acabar por levar ao fenómeno da fábula O Pedro e Lobo por parte dos consumidores (peço desculpa por referir dois contos infantis neste texto, mas até vai bem com o comportamento pueril da marca da maçã).

A Apple vai morrer de sucesso. Até porque nada dura para sempre. Resta saber se o seu conceito de sucesso é esse ou era outro qualquer.

Aqui está a parte mais brilhante deste lançamento.

Apple: Dying of success.
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22:35

Os gostos discutem-se.

Esta é uma das afirmações que referi no post anterior e que mais estranheza causa em muitas pessoas. O cliché que afirma "gostos não se discutem" é dos mais difundidos e costuma ser argumento para encerrar conversas de opções pessoais sobre um tema ou objecto. Costuma significar incompreensão por determinada escolha de outrem e às vezes também serve de defesa para adolescentes que gostam de usar as calças a cair do rabo, por exemplo.

Uma explicação fundamentada pode ser aprendida no livro que ilustra este texto (bem como em muitos outros), contudo vou atrever-me a deixar aqui alguns argumentos mais imediatos para um bom entendimento do que quero dizer.

A simples existência dos conceitos "bom gosto" e "mau gosto" serve só por si para ajuizar sobre determinado objecto, obra musical, pintura, peça de roupa, comportamento em sociedade, entre muitas outras coisas.

O gosto educa-se.

O gosto é influenciado por factores externos: o dinheiro, por exemplo, condiciona muitas das opções estéticas e materiais. Disponibilidade financeira costuma revelar essa educação, deixando as pessoas mais expostas à avaliação de terceiros - quer seja um coleccionador que compra um quadro de Rembrandt ou um jogador de futebol que espalha o seu monograma por toda a mobilia de casa.

Good taste and bad taste are concepts that give us the power to judge everyone's choices. Taste is something that can be teached and learned.

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23:17

Ofício.

Costumo dividir os profissionais gráficos em dois grupos: os que fazem uma carreira teórica e académica e os que, como eu, fazem carreira numa empresa de comunicação. Contudo, ambas as divisões costumam envolver-se em projectos temporários fora da sua actividade principal: eu já dei aulas e tenho colegas professores que fazem trabalhos esporádicos para clientes.

A idade e a experiência profissional ensinaram-me a sustentar as seguintes afirmações:

- Apesar das confusões do costume e, contrariamente à crença de alguns profissionais desta área, o design não é uma arte e o designer não é um artista.

- Um redactor publicitário ou de um departamento de design não é um escritor e o resultado do seu trabalho não é literatura.

- Os gostos discutem-se.

- A maior parte dos designers gráficos não sabe vender-se nem ao seu trabalho e, por conseguinte, são raros os projectos de pequenos ateliers bem sucedidos financeiramente.

- A escola ensina pouco sobre a vida real da nossa profissão.

- Conheci e conheço bons designers incapazes de vingar nesta área por lhes faltar o equilíbrio necessário a todas as nuances da profissão. Tive um professor que dizia: nunca se esqueçam que o metro está cheio de músicos talentosos. 

Estes pontos dariam para inúmeras teses cada um e irei desenvolvê-los em futuros posts.
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14:24


Várias cenas de filmes de Stanley Kubrick onde o cineasta usa a perspectiva com um ponto de fuga. Além de se poder admirar o recurso técnico, gosto sempre de rever alguns dos momentos mais importantes que o cinema me deu.

Kubrick - one point perspective.
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14:15

50 Watts.



É um blogue sobre design gráfico de livros de Will Schofield. Tido como uma das maiores referências gráficas nesta área, costumo visitar e espiolhar algumas edições dos meu livros favoritos.

A potência das imagens e das letras - 50 Watts.

All the power of the books.
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