Costumo dividir os profissionais gráficos em dois grupos: os que fazem uma carreira teórica e académica e os que, como eu, fazem carreira numa empresa de comunicação. Contudo, ambas as divisões costumam envolver-se em projectos temporários fora da sua actividade principal: eu já dei aulas e tenho colegas professores que fazem trabalhos esporádicos para clientes.

A idade e a experiência profissional ensinaram-me a sustentar as seguintes afirmações:

- Apesar das confusões do costume e, contrariamente à crença de alguns profissionais desta área, o design não é uma arte e o designer não é um artista.

- Um redactor publicitário ou de um departamento de design não é um escritor e o resultado do seu trabalho não é literatura.

- Os gostos discutem-se.

- A maior parte dos designers gráficos não sabe vender-se nem ao seu trabalho e, por conseguinte, são raros os projectos de pequenos ateliers bem sucedidos financeiramente.

- A escola ensina pouco sobre a vida real da nossa profissão.

- Conheci e conheço bons designers incapazes de vingar nesta área por lhes faltar o equilíbrio necessário a todas as nuances da profissão. Tive um professor que dizia: nunca se esqueçam que o metro está cheio de músicos talentosos. 

Estes pontos dariam para inúmeras teses cada um e irei desenvolvê-los em futuros posts.