A máquina de escrever Olivetti Valentine foi desenhada por Ettore Sottsass em 1969 e é um dos objectos de design mais conhecidos. Faz parte de inúmeras colecções de museus de design por todo o mundo e é uma das referências estéticas da década de 1970.
A sua forma ultrapassou em muito a sua função na medida em que é hoje utilizada como símbolo e exemplo de conceitos tão vastos como fabrico em plástico, portabilidade, design italiano, inovação (a sua cor foi uma forma de romper com a monotonia do cinzento e preto das máquinas clássicas), criatividade, entre muitos outros. Além do encarnado, a cor mais comum, também foram produzidas em branco, azul e verde.
Consegui comprar a que está nas fotografias através de um contacto dado pelo Ivo, mais uma vez. Chegou-me em bom estado, mas suja e com algumas peças soltas. Depois da desmontagem, limpeza e aperto de alguns parafusos, foi necessário encontrar uma fita nova. Esta tarefa revelou-se difícil, uma vez que hoje restam poucos pontos de venda de consumíveis para máquinas de escrever.

Agora está a funcionar na perfeição e em breve irei colocar aqui uma imagem de uma página escrita por ela.

A Valentine não é, nem foi, um prodígio de engenharia ou mecânica, sendo nestes aspectos semelhante à maioria das máquinas manuais que existiam. Mas foi a lufada de ar fresco que Sottsass pretendeu, atingindo um estatuto de design star pouco depois do seu lançamento. Outro dos desejos do designer era que nunca fosse utilizada num escritório.

Há quem diga que nenhuma colecção de design pode ser levada a sério se não tiver uma Valentine.